quarta-feira, 15 de maio de 2013

Um ano sem você


Agora faz um ano. Chorei tantas vezes ao longo desse ano. Um choro solitário, uma dor que é só minha.
Passou um dia. Passou uma semana. Passou um mês. Eu contava dia a dia para aliviar meu sofrimento. Sabia que aquela dor nao duraria para sempre. Não durou. Ela mudou e sei que sempre vou sentir. Lembro com alegria dos nossos bons momentos, lembro da sua companhia. E como faz falta.
Difícil conter a dor e saudade de estar com você, minha pequena. Mas me sinto feliz de ter te amado tanto. Você me fez tão feliz nesses 7 anos. No fundo, a minha dor é alegre, é dor de quem amou.
E você continua comigo, Marie. Nos meus pensamentos, na minha saudade, nas minhas lembranças.
Aliás, obrigada por me visitar nos meus sonhos. Sei que estamos juntas, e estaremos sempre.

Escrito em fevereiro de 2012

Eramos duas


Éramos duas. Ela chegou quieta e mansa. E eu relutante e distante. Ela me escolheu, e eu não tive escolha. Viramos duas. Multiplicamos, subtraímos e dividimos. Eu e ela éramos a mais perfeita soma. Com todos os sentimentos que uma relação permite ter: alegrias, risadas, raiva, ciúmes, incômodo, decepção, saudade, carinho, ansiedade, e acima de tudo, companheirismo. Como era bom deitar na minha cama e ver que ela estava ali dormindo gostoso e se espreguiçando no mais poético gesto de doçura. Sabia conquistar. Soube me conquistar. Companheira de filmes, de sonecas, de brincadeiras, de estudos. Mas justo em cima do meu livro? E eu fazia um lugarzinho na bagunça para ela. Apertadinho, mas acolhedor. Bastava estar do lado. Só faltava querer entrar no box e tomar banho comigo, ficava no tapetinho. E gostava de beber água da minha caneca, não podia ser outra. Em cada cantinho e de todos os jeitinhos ela sabia amar.
Enchia meu cabelo de nó quando vinha na meiguice de fazer fofinho. Se emaranhava em mim, misturávamos em quase uma. Éramos duas. Não cabia ninguém. Te levo comigo, Marie. Agora, somos uma.


Escrito em fevereiro de 2011